segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Identidade X Vida

Quantos dias sem o que escrever. Na verdade uma infinidade de idéias que não se organizam e criam um ritmo constante no meu subconsciente até que eu resolva colocá-las a exposição das críticas. Estou a mercê do meu ‘eu mesmo’. Parece redundante, mas quem passa pela mesma situação consegue entender. As mesmas idéias que estão em fila desordenada estão batucando o mesmo som. E assim vão me colocando refém dos meus próprios sentimentos, tormentos, lamentações, sonhos, ilusões, tentações, pecados, virtudes, desejos. É o fim de mais um ano e eu ainda não sei quem eu sou. Dizem que é isso o que buscamos a vida inteira. Uma identidade definida diferente daquela que tiramos quando temos 16 anos de idade. Meu nome completo e nome da minha mãe e a minha data de nascimento não definem quem eu sou. Maldito quem deu àquilo o nome de identidade. Ah se eu me encontrasse num pedaço de papel. Seria tão fácil. Mas a vida não é tão doce como Lobão canta. O que ficou desse ano pra mim? Muitas experiências boas, muita gente ruim, um grande amor, uma doença reconhecida, um sonho abandonado, inveja me consumindo, dor, muita dor, angústia, alívio, busca, colo, certeza de que pais são sempre o berço eterno onde podemos descansar, amparo, distorção de imagem, conhecimento de vida. Conversando outro dia chegamos a uma pergunta: A vida é uma questão se múltipla escolha ou uma questão discursiva? Se eu tenho um blog no qual questiono sempre sobre valores, sobre sentimentos, sobre identidade eu me coloco na posição de defender a resposta discursiva. Mas há quem tenha respostas definidas pra tudo. Reflita nesse fim de ano. O que é afinal identidade e vida pra você?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Solidariedade

Acho que hoje o velho que vende flores na esquina vai voltar.Eu vou reparar nele com outros olhos e não com aquele ar de rejeição de : 'já vem esse velho chato com essas flores me atrapalhar o dia'.Talvez as flores sejam tudo o que ele tem na vida. E eu com o meu mau humor matinal nunca parei pra pensar. Ele deve cultivar as flores com todo o amor para que da beleza delas ele possa por comida em sua mesa. E eu nunca parei pra pensar nisso antes. Sou mesmo uma ignorante sem sentimentos. Ele vende flores como as prostitutas vendem o próprio corpo. Ele vende flores como os vendedores de água mineral da rodoviária. Ele vende flores como o menino da esquina vende o seu trabalho de pedir esmolas. Flores, corpo, água, esmola. Parece tudo tão diferente e no fundo é tudo igual. As meninas que cultivam a beleza do seu corpo fazem isso para doá-lo a qualquer um no final da noite as vezes em troca de 10 reais ( as vezes menos ). Isso toca o meu coração. E acho que toca o seu também. O vendedor de água mineral da rodoviária fica horas e mais horas pra vender as vezes 500ml apenas. Isso porque na cabeça dos possíveis compradores vem: 'cara chato'. E é o litro de leite do seu nono filho que acabou de nascer. O menino que pede esmolas na esquina apanha da mãe a cada moeda de 10 centavos. Ela só quer explorá-lo por mias de um real por esmola. E a gente nem se dá conta disso. Eu me sinto um lixo a cada ato de desumanidade desse que eu cometo. E não é por querer, é porque eu não vejo a profundidade das coisas que o mundo me apresenta. Hoje eu vou comprar flores. E vou cuidar delas com o mesmo carinho que o vendedor da esquina cuida. Eu vou ver o mundo com os olhos que o mundo deve ser visto e não no meu egoísmo opcional. Eu quero ser uma boa pessoa. Eu quero olhar como quem analisa e não só como quem vê. Quero ver o número complexo que o número real escondeu. É véspera de Natal e eu ainda nem sei o que é solidariedade. Me ajuda?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sobre comentários

Eu não tenho muita noção de quantas pessoas acompanham esse blog. Nem tão pouco quem são essas pessoas. Ao certo conheço umas 4 apenas. Não sei o que pensam dos textos, são normalmente leitores silenciosos, não gostam de expor muita opinião. Parei de escrever pos uns tempos, quando adoeci. De lá pra cá o tom triste está sempre associado. Muita gente não entende que quando escrevemos nem sempre escrevemos o que sentimos. Essa é a graça de qualquer texto. Ter uma mensagem subliminar ou não ter nada em seu verso ou em seus versos. As vezes o amor ou a decepção pode ser por algo inanimado ou mesmo algo inexistente. São os 'fantasmas' a quem destinamos. É um jogo. Você nunca vai saber do que se trata. Por mais que dê sua interpretação, algo só está dentro de mim, talvez só eu saiba e não goste de dar muita satisfação, talvez eu nem saiba e não possa dar explicação. Sou arrogante, petulante e muitas vezes grossa. Mas se perguntarem do que se trata eu posso dar mil explicações e nessas mil nenhuma correta. O jogo de escrever é assim. As vezes previsível, as vezes surpreendente. Mas a você que acompanha esse blog fica uma vontade grande de ler a sua interpretação. De te conhecer. De ver quem são meus amigos sentimentais, ou quem são os anônimos anti-sentimentais. E um muito obrigado sempre por estar sempre vindo aqui. Pra mim você faz a diferença.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Amo demais

Os dias continuam chuvosos como o meu coração. Faz frio dentro da minha alma e fora do meu corpo. Vou arrepiando a cada vento forte. Vou remoendo lágrimas a cada mágoa pequena. O lençol está gelado, o cobertor também. Já não posso contar com o calor do corpo dele pra me aquecer. Ele me aquecia por dentro e por fora. Agora posso me transformar em uma estátua de gelo. E ninguém está nem aí. Meus olhos que refletiam a imagem dele, não sabem refletir com as pálpebras fechadas. Quero dormir o sono dos bons. Quero só dormir. Não há silêncio. O meu coração grita por mim. Não há paz. Não há nada. Eu quero alguma coisa que não sei o que é. Porque ele já não pode ser meu. Faz frio, muito frio. Chove forte. Parece que o tempo hoje acordou para minha realidade. Eu sinto saudades e ninguém está nem aí. E quem iria ligar pro que eu sinto? Ah se pudesse optar por morrer de amor. Eu amo demais...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Telefone

Eu fico esperando o mundo parar na busca da minha inspiração. E nem sempre coloco ela no papel, computador, seja o que estiver ao meu alcance. Por medo de as vezes ser sórdido demais o que se passa em minha mente. Uma vez aprendi com uma amiga minha que devemos ter um diário e ser o máximo possível sinceros nele. Até os sentimentos mais profundos. E por isso ela vivia queimando diários. O que se escreve eterniza. E ela só queria acabar rápido com aquilo tudo. As vezes eu tenho esses sentimentos escrotos. Tenho vontade de escrevê-los. Mas não de só guardá-los para mim. Quero mostrá-los a vocês aos outros a quem quiser ler. Não quero sempre escrever textos pras borboletas voarem mais bonito. Porque enquanto elas voam têm lá fora um mundo de seres que se dizem humanos "comendo o rabo uns dos outros". Hoje eu reclamei no supermercado. Fim de semana passado eu reclamei no barzinho. As vezes reclamei com a pessoa errada ou fui grossa demais. Mas me 'fodi' pra isso. Eu queria reclamar. E ainda saí rindo. Não fiz a menor questão de me preocupar com os sentimentos de quem foi atingido pela minha ira. Fui ranzinza. Sem razão, essa é a razão. Eu imagino a cara dele quando ele atende o telefone e não sou eu. Assim como sei a cara dele quando atende e sou eu. Sei como vai ser o 'Oi Natália' querendo dizer o 'Oi meu dengo'. Ou sei que eu quero pensar dessa forma. No sentimento sórdido, odeio esses joguinhos. Quebra o telefone. Joga na parede. Eu não preciso de ligar mais, aprendi a fazer um mickey no corel draw. E isso é muito importante pra mim nesse momento. Mais importante que lamentar ou ver gente sofrendo da janela de trás da minha casa. Estou pouco me importando. Quero uma infinidade de mickeys de corel draw. Eles me animam. E a cara dele agora tanto faz, ou se faz alguma importância vai ser quando eu colocar a cabeça no travesseiro. Eu estou ranzinza, insensível, fria. Rótulos que vocês colocam. Porque para mim essas associações sem lógica é se estar sensível demais. E qual será a sua cara da próxima vez que atender o telefone?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Insensível

Hoje a maçaneta da porta pegou na minha mão de um jeito diferente. O chão foi tocando meu pés como se fosse uma nuvem ou um lago bem raso que deslizasse meus passos. O copo tocou minha mão, a água pulou em minha boca. A roupa vestiu meu corpo. O sol tocou minha pele e aí a janela fechou minhas mãos. Não, as janelas pediram que minhas mãos as fechassem, ou talvez nem isso. A cama pediu meu corpo. O sono pediu minha alma. Eu passei sentindo o mundo. Cada toque. Cada cheiro. Cada sensação. E você? Já parou pra sentir esse mundo de quentes, gelados, doces, amargos, azedos, salgados? Já parou pra pensar que o contrário de doce não é sempre salgado? E que doce nem sempre é um doce mas pode ser um pecado? Já parou pra pensar que você "pega" e não toca as coisas com o valor que devem ser tocadas? Já pensou no estrago com essa insensibilidade que pode ter feito a um coração?

sábado, 22 de novembro de 2008

Perder o amor ou perder-se de amor?

Quando elas perdem a pessoa amada se afogam num copo de vinho ou mesmo se embriagam com cigarro, chocolate e coca-cola. Culpam o mundo, as outras mulheres, o futebol com os amigos, o egoísmo, incompatibilidade de gênios, se auto-destinam as vítimas do fim do namoro ou mesmo do fim do mundo. Se agarram então a livros de auto-ajuda, filmes românticos, músicas depressivas, roupas do século passado e o corte de cabelo que a vovó achava uma gracinha. As vezes correm atrás e correm atrás e não se cansam de ganhar uma sequência de 'nãos' em progressão geométrica. Nessa época se perguntam os 'por quês' de praticamente tudo. Até da própria existência. Ficam encucadas se bastante tem plural ou não e nunca concordam com a resposta dada, seja pelo bêbado da rua ou pelo professor doutor em linguística da universidade federal da pqp. Elas não querem concordar. Não aceitam o próprio erro. E mais um cigarro, uma xícara de café, um laka, uma partida de baralho, uma piada sem graça, uma história sem final, gagueira e enfim as lágrimas vindo como consolo pra tanta babaquice junta. E no fundo o não admitir. Quando acompanhadas se acomodaram a um beijinho estalado como adeus, ao concordar sem prestar atenção, a contestar coisas sem sentido por ciúme indevido. Procuraram na carteira deles sempre a foto de outra e nunca viram que a delas estava no compartimento principal. Procuraram na camisa deles o cheiro de outras mulheres sem ver que o perfume delas é que estava em seus travesseiros. Viram nos amigos rivais ao invés de uma ótima companhia. Não souberam reconquistar o que já estava conquistado mas não definitivamente. Gostar mais a cada dia. Mais e mais e mais. Nada é conclusivo. O amor está sempre em fase de mutação. E elas agora ao invés de se perderem de amor perderam o amor. E entre café, cigarro, as vezes algo ilícito procuram o alívio pro coração que elas mesmas resolveram machucar. E de repente os livros de auto-ajuda estão no chão. O bastante passa a ter plural. As saias se encurtam, o sorriso volta e a magia de reconquistar todos os dias passa a ser primordial na vida delas. Chega de vinho e cigarros. Agora elas só querem ser felizes de verdade. Com a certeza absoluta de dessa vez conhecerem o amor. Porque agora tudo faz todo o sentido do mundo. Porque o por que que se escrevia separado agora se escreve junto. E dane-se quem não entender. Porque essa é a graça da vida.

domingo, 16 de novembro de 2008

Chuva

Hoje a chuva tomou conta do dia. O céu transitando entre o preto e o branco reflete exatamente o que os meus olhos querem dizer. Mas mesmo assim eu gosto da chuva. Numa música Raul Seixas diz: " Eu perdi o meu medo, o meu medo, o meu medo da chuva. Pois a chuva voltando prá terra trás coisas do ar...". Quando ele diz medo três vezes acaba me deixando a dúvida de ele realmente perder o medo. É como quando vamos a casa de uma tia qualquer e ela nos faz comer algo que não gostamos e nós repetimos: gostei, gostei sim, gostei muito. Mas como ele é o compositor e de músicas nada entendo prefiro pensar nisso como uma mera hipótese. "Depois da tempestade vem a bonança". Acho que isso e o trecho da música pesam muito em minha vida. Com os primeiros pingos vêm o cheiro de terra que recarrega a alma de natureza, depois o friozinho, a calmaria, o sossego. As vezes o medo dos raios mais fortes mas sempre a esperança de que ele vai passar. Geralmente nessas horas as pessoas rezam, mas pouco adianta pois qualquer deus ou anti-deus é surdo ao barulho dos trovões. E depois que a chuva passa, pela vontade simples da natureza o ar fica mais puro. O cinza que os olhos refletiam se desfaz. Amanhã vai ser dia de sol. E o mais interessante. A gente descarrega junto com a chuva e o Sol acaba nascendo mesmo é dentro dos nossos olhos. E as vezes a gente nem percebe...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sobre blogs

Li um artigo não sei de qual autor e muito menos em qual revista sobre blogs. Ele diz que os 'diários virtuais' são uma maneira da gente conviver o tempo todo com nosso próprio sofrimento visto que a maioria das pessoas escreve sobre os tabus da personalidade. Não concordo com ele. O objetivo de um blog não é virar um espelho para que o próprio autor fique lendo várias vezes ao dia e se sinta mais encabulado com seus traumas, sua timidez ou seu problema. Se escreve no blog pra que algumas pessoas saibam como conviver melhor, entendam coisas que muitas vezes a boca não quer dizer mas os dedos não exitam. E aí me vem um babaca querendo pregar que é uma forma de narcisismo. Blog = espelho dos sofrimentos. Na certa ele é mais um daqueles que quando o filho cai e arromba os joelhos fala: 'Não foi nada não' ou 'Homem não chora'. Daqueles que se conforma com as diferenças das pessoas e acha que elas não podem lhe acrescentar nada com seus medos. Conheci um menino que o pai era justamente dessa forma. Quando ele não conseguia fazer alguma tarefa da escola o pai simplesmente e friamente dizia: 'Você é burro'. Ele cresceu se sentindo burro. Ele ainda se sente assim. Quer ser igual ao pai. Ou ao menos vê que o pai quer que ele seja sua versão jovem. Isso é patético. O menino sofre a cada nota baixa, lembrando de quando era criança e seus olhos sempre se enchiam de lágrimas com os 'esporros' de quem deveria ser seu herói. Mas o pai desse menino um dia vai ter orgulho ao ver o homem que ele é. Que homem chora sim. E que ele não se tornou igual ao pai no entanto pela pureza e sensibilidade tornou-se muito melhor. Além de ser... Humano. E esse babaca dos blogs descaradamente diz que blog é narcisismo. Só tenho pena dos seus filhos e mais nada. Tomara que eles nunca criem um blog...

sábado, 8 de novembro de 2008

Placebo

Eu espero o dia passar na expectativa de que o outro chegue logo pra passar rápido de novo. E assim sucessivamente vou vivendo a minha vida. Os momentos de alegria são intensos. Veja bem, digo alegria não felicidade, porque a felicidade agora é algo que não existe. E depois da intensidade da alegria vem a intensidade da tristeza. É vontade de dormir, de se agarrar ao travesseiro, de chorar até derreter, de se matar ou mesmo matar alguém. Efeitos estranhos da mente humana e que oscilam o tempo todo.
O sorriso no rosto é o efeito placebo pra que 'você' não se sinta mal. Porque o pior de se estar mal é ver as pessoas sentindo-se mal com o seu mal.Parece redundante mas é a mais pura verdade. Na maioria das vezes o seu problema incomoda mais aos outros que a você mesmo e assim nem consigo próprio você pode se preocupar completamente ou ao menos ser honesto. O mundo sempre nos ensina a ser desonestos.
Você tem que doar-se ao outro e controlar o que está passando. A angústia contagia, gera lamentação, compaixão que acaba levando a segunda pessoa ao estado de angústia também. E as vezes não temos o poder de intervir nessa transferência. Se entregar aos espíritos maus acaba sendo mais complicado do que parece. E quando eles quase conseguem te possuir a medicina vem com o codinome: 'depressão'. A vida como um bem não durável acaba sendo reciclada o tempo todo. Você pega um pouquinho daqui, um pouquinho dali, um coquetel de medicamentos e de repente é outra pessoa. Mas no fundo é sempre o mesmo: o que os espíritos maus tentaram aliciar. É novamente o efeito placebo. E ao que nos sujeitamos simplesmete o tempo todo. Por que será?




Ps: Já são 15:20, tomara que a noite chegue rápido. Preciso dormir até amanhã. Essa vontade de escrever certamente não vai durar mais que 40 segundos.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Instável

Eu vou deixando um pouco de mim em cada texto que escrevo. Seria muito bom poder me desmanchar em palavras. Talvez aliviasse um pouco a dor. A cara inchada é a luta entre as noites mal dormidas e os dias intensos de choro. Quando não dias mal dormidos e noite intensas de choro. Dizem que eu tenho um tom pessimista ao escrever. Tavez seja verdade. Mas é que se pararmos pra pensar bem, as pessoas quando sensíveis sempre são mais sensíveis tendendo ao lado da infelicidade. Eu sinto o mundo se desgastanto. E nisso nos desgastamos junto a ele. Por isso preferia antes me desmanchar em palavras como o algodão doce se desmancha em saliva. Quando Yuri Gagarin disse que a Terra era azul ele se enganou. A Terra é cinza. Nosso negativismo e hipocrisia estão embaçando até o azul dos mares. Me desculpem. Hoje eu me coloquei sobre uma placa tectônica.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Necessidade

Há mais ou menos um ano eu briguei com o travesseiro. Com o colchão, com os lençóis, todos. Engraçado que mesmo me considerando uma briguenta de primeiro grau foi nessa época que fiz uma amizade intensa com a Lua. E por intermédio de seu brilho conheci as estrelas. Coisa linda, talvez a amizade mais fiel. Com elas eu ri, chorei, fiz careta, fiquei de mal, amei, tudo. Foram minha inspiração ou o incentivo pra que a minha inspiração viesse.
Me abandonaram poucas vezes. E sempre que não vinham mandavam nuvens bem carregadas num tom grafite bem marcante que me dizia: elas não puderam vir mas nos mandaram pra lhe consolar. E as vezes essas nuvens cansadas se desfaziam em gotas que traziam um som gostoso e um cheiro que acabava me embriagando e me ninando assim de repente. Ai que saudade da minha amiga chuva. Há alguns dias ela não aparece por aqui.
E a Lua em seu misticismo sabia acompanhar todas as minhas fases. Ou será que eu acompanhei as fases dela? Bom, isso não importa muito. Talvez um dia eu encontre a explicação pro que não procuro. E as estrelas, pequenos pontos e tão fortes. Uma vez uma passou rasgando o céu. De verdade ela se mexeu e pareceu cair num lugar bem longe. Acho que jamais eu chegaria lá pra cuidar das suas feridas. Papai disse que era uma estrela cadente e que se eu a visse de novo eu deveria fazer um pedido. Mas como eu vou pedir alguma coisa com um tombo de um amigo? Acho tão egoísta. Não, eu não sou assim. (Ah amiga. Não cai mais não. Eu definitivamente não admiro a sua queda. Não sou como aqueles que dizem que é lindo o pôr do Sol. Eu não gosto quando ele se põe como não gosto quando você cai. Eu gosto de ver ele nascendo. É tão gostoso ver que ele está chegando. Quando ele se põe eu quero que ele volte logo. Mas eu nunca vi você subindo pro céu de novo...).
Agora querem que eu faça as pazes com o travesseiro e toda a parafernalha que o acompanha. Disseram que de bônus eu vou ganhar 'sonhos'. E que eu posso dividir o meu tempo entre eles. A Lua, as estrelas, o travesseiro e os sonhos. Não sei bem se isso vai dar certo. Mas eu vou tentar. Afinal não custa né. São todos bons amigos. Eu só não quero muito os sonhos. Sei lá. Se fossem bons talvez eles dessem em árvores. Assim como dão as maçãs, as laranjas, as flores... Será que posso trocar os sonhos por maçãs? Ia ser bom. Mas acho que não dá. E também os sonhos quando numa dose moderada podem render bons resultados. (Eu sempre ouvi mamãe dizer isso).
Então de hoje em diante eu me comprometo a tudo isso. E espero que dê certo. Assim agrado a todos e quem sabe não faço novos amigos né? Gente assim sempre é necessária em nossa vida.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E agora?

Pare por um minuto e pense
Você sabe o quanto as pessoas que convivem com você são frágeis?
Sabe a última vez que elas choraram?
Já se preocupou em dar a elas um segundo de atenção quando você está feliz?
Sua vida dá certo. E a delas?
A janela dos quartos da casa delas estão abertas ou fechadas?
Quando você toca interfone alguém atende ou nunca tem ninguém em casa?
E o telefone?
Talvez o silêncio diga tudo e por isso você nunca escuta nada

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O que é o amor?

O que você chama de drama eu posso muitas vezes chamar de amor. Como posso chamar de fase, como posso simplesmente não chamar de nada. É uma questão de ponto de vista. Ninguém sabe o que existe dentro do outro. Não temos o poder de sentir com qualquer coração. E ninguém é culpado por isso. Mas aí vem a nossa missão. O respeito. Se eu te respeito pelo que você sente então eu te entendo ou penso que você tem os seus motivos para tal coisa. Mas se eu não te respeito é porque não me importo nem um pouco com nada que esteja além de meus interesses. Se humilhar por amor as vezes é motivo de críticas. Assim como o amor é chamado de drama a humilhação pode ser chamada de força. Poucos são os que têm coragem de se humilhar pela pessoa amada. É uma atitude destemida, objetiva. É um 'correr atrás' da própria felicidade. Se eu amo e aquilo me basta pra sempre eu me humilho, eu faço drama. Sem medo. Porque se os meus conceitos de drama e humilhação me levam ao amor, eu acredito que isso não é nenhum pecado. E mesmo que tudo diga não eu prefiro acreditar na esperança de um mísero sim. Eu posso romper a distância com um piscar de olhos. Mas tudo tem o seu tempo. E enquanto ele não passar é só a esperança que vai mover tudo. É. Eu ainda estou te esperando.

sábado, 16 de agosto de 2008

"Ela quis dizer
Mas você não deu ouvidos
Nem notou o seu olhar
Você quis ficar
Mas havia algo errado
Ela tentou te explicar
Não vá dizer
Que ela nunca te amou
Como saber se deve acreditar
Ela não disse em vão:
Nem sempre espero por você
Mas eu sei que ainda vou te encontrar
Eu sei e devo te dizer
Você fez do meu mundo um lugar
Ela quis você
Mas estava tão cansada
Não dava mais pra te esperar
Você quis chorar
Ela só quis a verdade
Você não pode explicar
Não vá dizer
Que ela nunca te amou
Como saber se deve acreditar
Ela não disse em vão:
Nem sempre espero por você
Mas eu sei que ainda vou te encontrar
Eu sei e devo te dizer
Você fez do meu mundo um lugar"

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Por que todo homem procura seus sonhos numa mulher diferente daquela que ele tem? Por que ela só é sonho enquanto não é dele???
Até quando querer o que não se pode ter é sensato e equilibrado???
"Desejaria todo o dia
A mesma mulher..."
Vai ser sempre só uma música...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008





"A ideia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más"
Dia difícil que passou
Tão rápido que nem vi
Na aversão à cama me lembro
De coisas que nunca esqueci
O tempo passa devagar quando se lembra
Das coisas boas que um dia você fez
Um infinito de lembranças insanas
Enquanto o sol se põe e nasce outra vez


Quantas horas acordada
Eu perco sem querer
Ainda estou tão assustada
Por não lembrar como é viver
Por favor, não chore mais
Eu não sei o que fazer
Enquantos os anjos fazem tudo
Eu só me recordo de você


Santos ressonam em igrejas
E poetas nas estrelas vão buscar
Algo novo, diferente
Baseado em teu olhar
Não me calo de repente
Pois a alma quer falar
Sobre mundos paralelos
Em que a felicidade é imensa comol o mar


Quantas horas acordada
Eu perco sem querer
Ainda estou tão assustada
Já não me lembro de viver
Por favor, não chore mais
Eu não sei o que fazer
Enquanto os anjos fazem tanto
Eu só penso em você

À vocês que me ajudaram tanto

Antes de tudo olhe o céu. Repare na cor escura do período noturno atentamente até perceber que toda a escuridão é feita de pequenos faixos de luz brilhantes chamados de estrelas.
Sinta nas noites frias de inverno, não o frio em si e sim o calor e a respiração quente da pessoa desejada.
Tome do vinho mais rubro. Numa taça de cristal ou num copo qualquer, oferecendo sempre um gole a um amigo querido. Se embriague da maneira mais
feliz.
Toque ou peça a qualquer conhecido aquela música preferida em um violão que lhe corte os dedos e se não souber a letra, embrome em coro junto a seus grandes amigos já de olhos puxados pelo efeito que o vinho impôs.
Aprenda a admirar, mesmo com cinismo, o sorriso dos desafetos.
Dedique uma hora da sua noite a declarar seu amor pela escuridão e sua admiração pelas suas companhias.
Agradeça a Deus, Alá, Buda, até mesmo Satã por ter diferenciado dia e noite e faça uma pequena orção aos teus anjos para que possa apreciar muitas mais dessas noites.
Tome mais vinho.
Diga a quem você ama o que sente, mesmo que seja constrangedor, envergonhe-se pela pessoa amada, jurando que teu sentimento é tão imenso quanto o universo.
Por mais que isso seja mentira.
Só vá embora, quando a última estrela te acompanhar. E durma bem o resto do dia, pra retornar e ver o céu escuro da felicidade.




É... Quem sabe do que estou falando é capaz de compreender o porquê desse texto. Obrigada por terem feito desses momentos os melhores momentos que podia passar na companhia de alguém...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Tem dia que tudo magoa a gente e é quando nos perguntamos: será que vale a pena? Será que estou sendo uma boa pessoa? Será que meu coração é bom? Será que eu tenho coração? A mágoa tem sido uma constante na minha vida... quase como o 'pi' pra matemática, mas sem tantas casas decimais. Isso me tira a inspiração. Então basta.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pra todas as histórias que começamos devemos colocar um ponto final. Caso contrário, ou jamais chegarão ao fim ou o fim com mais de um ponto virará reticências e estará sempre pedindo continuidade.

O Aurélio me disse...

Menosprezar v.t. 1. Ter em menos cont'a' ou e'm' pouco apreço; desprez'a'r. P. 2. V. humilhar.
Árduo adj. 1. Dificultoso; áspe'r'o. 2. Trabalhoso.
Grosseria sf. Qualidade, modos, ação, dito, de grosseiro.
Onisciente adj. Que sabe tudo. Onisciência sf.
Aforismo sm. Sentença moral breve e conceituosa; máxima.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Diga-me por que peco, mesmo com boas intenções. Se o sopro da verdade vem, o expulso com promessas de que volte amanhã. Oro por alguns instantes, mas falta-me sempre o mais promissor mistério.
E nos meus dois esconderijos entrego-me a mais de sete pecados capitais. Então me questiono: Que força superior é essa, que durante anos me cegou e agora me falta mas me consome? Apagam-se pois minhas esperanças e corrompe-se o meu futuro.
Se eu lhe disser que não sofro, escondo o que sinto. Se eu lhe disser que sofro, estarei sendo vulnerável demais. O peso de milhares de pedras acomoda-se sobre as minhas costas.
E me vejo então só nessa batalha comigo mesma. Não justificam-se pecados não é mesmo? Nem culpas, nem burradas. Simplesmente aprendi a aceitar que errei. Falhei por tentar acreditar que a chama de um toco de vela venceria a maré dos oceanos. E me dei conta de que, qualquer que seja a força das águas ou o tamanho das ondas jamais serei páreo para tais. E o que tinha, um sinal de luz, uma pequena fogueira, se apagou quando minha mente doeu. E confesso, antes eu perdesse os sentidos a encarar a visão de admitir. Antes me sentir cuspida à dor moral de me sentir impotente por não ter sido cuspida.
Não sei descrever o que me atormenta, mas sei que me atormenta muito. E lhe pergunto: Que força superior me lançou à minha própria sorte sem dó nem piedade. E em meus esconderijos dirijo-me a dor de me sentir machucada para sempre por atitudes que disseram ser de boas intenções. Mas que acabaram com todos os pequenos milagres, com todos os pequenos sinais. E até quando estarei amarrada a isso??? Infinitamente???

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sei lá...

Eu não vejo ele...
E ele não me ouve...

E mesmo assim é fantástico...

" Se tu vens por exemplo as 4horas, desde as 3 estarei feliz"

sexta-feira, 20 de junho de 2008

É a ela que ele ama...

E todas as noite é nos braços dela que ele vai desejar dormir. Por mais que você faça o possível pra que ele chegue a fechar os olhos nos seus. Ele nunca vai pegar no sono. Ele nunca vai sonhar ao seu lado. Nas madrugadas ele sempre vai se levantar. E por mais que ele insista que você é linda enquanto dorme é nela que ele vai estar pensando. E de repente quando você acordar e ele não estiver ao seu lado e você encontrá-lo em algum canto da sala, nunca acredite na hipótese da insônia. Ela é a insônia dele... E sempre será. Ele vai procurar em você os perfumes dela, o jeito dela se vestir, de arrumar os cabelos, de sorrir... Ele vai procurar em você os defeitos dela. E de repente sem pensar ele vai te envolver numa comparação com ela. E aí vai dizer que foi sem querer. É no sorriso dela que ele pensa quando vê o seu. Desde a maneira de mexer os lábios até o brilho dos olhos. E é na burrice dela que ele pensa quando vê a sua inteligência. Se eu falo de política ele acha uma gracinha quando ela fala sobre os 10 mais gostosos da televisão brasileira. Você pode se dedicar exclusivamente a ele, mas isso não vai mudar nada. Por mais que ele veja em você a menina boa, pura, inocente, que o mundo sempre fez questão, por mais que ele saiba que a melhor opção é te amar, por mais que ele molde o amor por você, o amor não tem forma. Ele sempre vai amá-la, com todos os defeitos. É pra ela que ele vai correr quando você for um pouco mais severa com ele. E é nos lenços de papel do banheiro dela que ele vai enxugar as suas lágrimas. Lágrimas que muitas vezes você não quis deixar cair. Ele não pode impor que deve te amar. Ele não vai conseguir isso. Vai te fazer feliz apenas por ilusões e promessas. Que jamais serão cumpridas. Não porque ele não quer. Mas porque ele não pode. Ele não pode criar o amor... Nunca vai poder. Ele precisa apenas aceitar o amor que sente por ela. E não procurar em você o modelo de amor perfeito. Sensibilidade, carisma, tudo em vão... Ele ainda usa o sabonete que ela gosta. Ele ainda usa o desodorante que ela gosta. O celular dele ainda tem o toque que ela escolheu. O tempo passa pra ele no tempo dela. E ele te tem nos braços dele querendo encontrar algo dela em você. Alguma rendinha numa camisola, alguma música, alguma comida que você se aproxime da dela. É nela que ele vai pensar sempre... Sempre... E em você como um degrau pra perfeição de um amor que nunca vai existir. Ele não tem ela como dona dele. Mas o coração dele definitivamente só pensa nela...

sábado, 17 de maio de 2008


"Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender
?Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?"

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Depois de um tempo...




A última matéria de qualquer caderno é sempre usada para rabiscos, rascunhos, pequenas anotações como faltas, datas e notas de provas. Para romper com esse convencionalismo resolvi fazer tudo diferente. A última matéria desse meu novo caderno será para você. Mas disso vem o mais importante: eu só abro o caderno de trás para frente. Sendo que assim você sempre será a minha prioridade. Ao certo não sei se para você isso modifica alguma coisa, mas para mim modifica definitivamnete tudo.
O anti-romantismo que cultivamos é hoje para mim o mais romântico de tudo. Olhar para você e rir dos "Eu te amos" dos outros. Do que é meloso, do que é exposto, do que se torna banal. A sutilidade do que sentimos é muito mais fascinante. O pensar, passar através de tratamentos normais algo primordialmente especial. Saber que um mero "oi" pode lhe fazer suspirar. E que sou extremamente consciente de que durante a noite serei o seu sonho. Sem cobranças, sem ciúmes. Saber que "elas" vão utilizar de todos os truques de sedução contigo e que isso para mim vai ser motivo de gargalhada, pois ao fim eu sei que vou sair com você e fazer com que fiquem babando. A cobiça sobre você é orgulho para mim. Quero que lhe desejem para cada dia eu ver quão mais exuberante você é. Eu não preciso escrever que lhe adoro, nos meus olhos o mundo todo pode ver.
E é estranho como de repente eu já nem ligo pra mais nada. Se você sai com seus amigos, se conversa sobre outras mulheres, se tem um passado conquistador barato, se ficamos por necessidade dias sem nos falar. A maturidade me faz ver que independente disso é em mim que você vai pensar a cada segundo. É minha falta que você vai sentir debaixo do cobertor mesmo sendo aquecido por outras três garotas.
E de tudo o mais lindo... Hoje já não me faz diferença que me chame de amor, princesa, meu bem, boneca ou florzinha. O Natália simplesmente nunca me deixou tão apaixonada.

terça-feira, 4 de março de 2008

Platonismo



Vou fechar os olhos e imaginar você. Não, não vou fazer isso exclusivamente agora. Tem sido a única coisa que tenho feito nos últimos dias. Sem mais nem menos, sem porquês, sem absolutamente nenhuma razão. Dizem que os apaixonados não têm nunca razão, só sentimentos. Talvez seja verdade, mas ainda assim eu acho que eu tenho a maior razão do mundo: você. Eu daria tudo para poder comprar seus sonhos e me colocar neles. Mas sou contra suborno, então lhe dou paz, carinho, conselhos, esperando que com isso eu conquiste o seu amor. E caso eu não conquiste tudo bem, o platonismo do meu sentimento vai me alimentar. E nisso pelo menos vou ter uma certeza, amei alguém que realmente valia a pena. Alguém que eu jamais acharia ruim de roubar meu sono ou de tirar minha sede. Ou de me dar sede de felicidade. Sem explicação você dominou meu mundo e me hipnotizou com um sentimento que eu nunca imaginei que caberia em meu coração. Cheguei a mapear cada linha de expressão do seu rosto. Posso viajar em você por horas e mais horas. Te contemplar pelo resto da minha vida. Mas confesso que se pudesse eu pararia todos os relógios para poder passar mais tempo ao seu lado. E me pergunto sempre, se o big bang é a teoria mais aceita para a origem do universo qual será a mais aceita para a sua origem já que você é meu universo? Eu embaralhei as cores do arco-íris, confundi noite com dia, pudor com libertinagem e já nem sei onde quero chegar com tudo isso. Você me faz perder a noção das coisas. E eu posso ficar sonâmbula em plena luz do sol. E eu já nem sei mais quem sou. E só sei que esta confusão é normal de um amante. E chega, você concretamente me fez ser abstrata. Me perdi no instante em que comecei a escrever. Tanta prática e tão pouca teoria. Tenho medo de acordar de repente e ver que sim, realmente eu me apaixonei pelo meu anjo da guarda...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

História de Fogo
Otto
Composição: Otto
Esse amor me derreteu
Ajoelha-te esquece
Me chupa e agradece
A quem te machuca
Agradece, meu Deus
Dói demais
Tanta história de fogo
Que se passa
É melhor se queimar
Que viver na solidão
Esse giro
Esse amor
Essa cachaça
Esse cheiro de morte
Eu respiro forte
Eu desmaio
Eu amo demais

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Pessoas

A gente não encontra as pessoas por acaso. Nem as certas, muito menos as erradas. Todas vem por um motivo que normalmente só descobrimos depois que já se foram. Algumas aprendem muito conosco, outras nos fazem aprender muito com elas. É uma troca mútua, sempre, por mais que sejamos teimosos ao insistir que não é bem assim.Eu sou o tipo que só aprende errando. E além, sou do tipo que erra todos os dias. Todos os sofrimentos só me fazem crescer, amadurecer um pouco mais. Mas são justos, sem eles eu não seria a mesma pessoa. Não que eu me ache uma grande pessoa, mas tenho o mínimo de responsabilidade com os sentimentos alheios. Tento cuidar de todos o máximo possível, dar colo, compreensão, carinho, atenção. Todo mundo merece ser mimado as vezes. E eu gosto de mimar. Gosto de satisfazer caprichos, dizer coisas inesperadas, tratar com todo amor que eu puder dar. Isso me leva a crer que talvez um dia eu seja uma boa mãe. Aliás, ser mãe é um gosto que alimento cada dia mais. Não sei se terei esse privilégio ainda, mas tomara que sim.O fato é que se ter um bom coração nos dias de hoje não é uma tarefa muito fácil. Exige renúncias, exige ser magoado, exige as vezes abrir mão dos seus problemas para ouvir os dos outros. Exige der mais amável que amado. MAis cabeça nas nuvens que pés no chão. Usar o ditado que, temos dois ouvidos e uma boca, para ouvir mais que falar. Mas aí pensoem uma coisa estranha. Temos dois olhos e um coração. É para enxergar mais que sentir???

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Pânico

Sintomas da síndrome do pânico
1)FALTA DE AR (DISPNÉIA) OU SENSAÇÃO DE ASFIXIA
2)VERTIGEM, SENTIMENTO DE INSTABILIDADE OU SENSAÇÃO DE DESMAIO
3)PALPITAÇOES
4)TREMOR OU ABALOS
5)SUDORESE
6)SENSAÇÃO DE SUFOCAÇÃO
7)NAUSEA OU DESCONFORTO ABDOMINAL
8)DESPERSONALIZAÇÃO OU DESREALIZAÇÃO
9)ANESTESIA OU FORMIGAMENTO
10)ONDA DE CALOR OU FRIO
11)DOR OU DESCONFORTO NO PEITO
12)MEDO DE MORRER
13)MEDO DE ENLOUQUECER OU COMETER ATO DESCONTROLADO

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Decifre...


"O sangue pinga no papel como o rufar de um tambor rá-tá-tá. Estou usando essas gotas como eu costumava fazer com as batidas do meu coração: como uma maneira de contar alguns segundos enquanto tento me acalmar. Mas meu coração não bate mais. É por isso que preciso de outra coisa."
Poderia lhe dizer que choro um pranto de sangue. Sinto meus olhos perfurados por lanças desorientadas atiradas pelo meu próprio coração. Um coração petrificado que já não mais bate e nem ao menos geme por ter sido condicionado à morbidez de um mundo insensível.
Pergunta-se por que razão ando desiludida meu caro? Também não sei definir e para ser honesta não ando procurando os meus 'por quês'. Quero me embriagar de poemas nostálgicos e sofrer pelo simples prazer de sentir dor. Sinto-me bem ao deslocar-me dessa civilização hipócrita e sinto-me ainda melhor por ver deslocar-se comigo. Chega de mesquinharias... Os seres humanos teoricamente são racionais. E onde quero chegar com isso? Não, também não sei.
Preciso saborear essa vida infectada de falsos moralismos e para isso meu coração se estabiliza. Parei no tempo ou nasci cedo demais. Cedo pros meus conceitos mirabolantes ou tarde pra minha indignação por inversão de valores? A verdade é que eu não posso falar do que jamais provei e então me perco na ignorância... ops... Deixa disso. Talvez esteja indo fundo demais.
É incrível como a sensibilidade é um mundo paralelo ao nosso. E meus delírios fazem todos esses questionamentos. Meu coração paralisado é um enigma. E esse sangue que pinga no papel é mais sangue do que corre em minhas veias. Faço de minhas palavras estes líquido vermelho coagulante. E do entendimento delas a possível chance do coração voltar a bater. Decifre...

(Onde eu estava com a cabeça quando escrevi isso???)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quando as músicas falam por nós...

Quase
Pato Fu
Composição: John Ulhoa

Ela é quase tudo o que sonhei
E eu sou quase aquilo que sempre evitei
E falhei, sim, falhei
Quase um amor
Quase um caminho
Que me deixou
Quase sozinho
E quase que fiquei contente
E fui feliz pra sempre
No dia em que eu
Quase conquistei seu coração
Quase um amor
Quase um caminho
Que me deixou
Quase sozinho
E apesar de ter ficado
Quase um ano
Quase morto de paixão
Hoje já estou quase bão
Hoje já estou,
Realmente já estou,
Hoje já estou quase bão

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Insônia


Lembranças da minha infância...
Falando em pai, me lembrei muito do meu, como éramos antigamente...
Todas as noites eu dormia com a luz acesa e a televisão ligada. E sempre jogava meu bichinho de pelúcia no chão. Só pra saber que ele ia entrar no quarto pé ante pé, desligar a TV, apagar a luz, pegar meu bichinho, colocar ao meu lado, me cobrir e me dar um beijinho na testa. E aí eu acordava e falava: te amo papai, tirando todo o propósito de toda a cautela que ele tinha tomado. Mas na outra noite tudo se repetia, exatamente da mesma forma. Ele não querendo me acordar e eu acordada só o esperando. Era vicioso aquilo. Já não conseguia dormir sem o beijinho do papai.
E agora penso que talvez por isso não ande dormindo bem ultimamente! Falta de ser criança e alguém apagar a luz do meu quarto. E me dar o beijinho de todas as noites...
Eu ainda falo te amo papai, mas não sei onde as coisas foram parar que já não somos tão próximos. Alguma coisa se perdeu. Fiquei tão anestesiada com sofrimentos que até de quem mais me ama me afastei. Onde estou com a cabeça???
Por isso não ando dormindo bem.
Insone....

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Todo carnaval tem seu fim


Na preguiça de escrever... O carnaval me tira a inspiração! Nessa época as pessoas se tornam mais instintivas, mais vulgares, mais sem coração e com mais corpo. Isso me deixa desiludida. Eu que já não tenho lá grandes ilusões... Então, até passar essa época, uma música com a qual me identifico...



Natália
Legião Urbana
Composição: Renato Russo
Vamos falar de pesticidas
E de tragédias radioativas
De doenças incuráveis
Vamos falar de sua vida
Preste atenção ao que eles dizem
Ter esperança é hipocrisia
A felicidade é uma mentira
E a mentira é salvação
Beba desse sangue imundo
E você conseguirá dinheiro
E quando o circo pega fogo
Somos os animais na jaula
Mas você só quer algodão-doce
Não confunda ética com éter
Quando penso em você eu tenho febre
Mas quem sabe um dia eu escrevo
Uma canção pra você
Quem sabe um dia eu escrevo
Uma canção pra você
É complicado estar só
Quem está sozinho que o diga
Quando a tristeza é sempre o ponto de partida
Quando tudo é solidão
É preciso acreditar num novo dia
Na nossa grande geração perdida
Nos meninos e meninas
Nos trevos de quatro folhas
A escuridão ainda é pior que essa luz cinza
Mas estamos vivos ainda
E quem sabe um dia eu escrevo
Uma canção pra você
Quem sabe um dia eu escrevoUma canção pra você


Tirem suas própias conclusões e façam suas próprias comparações...
Sem mais... Bom carnaval...
Sendo que: "Todo carnaval tem seu fim..."

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Será???


Post especial...
Certamente entenderá que é pra você...
"A mente pode falar e ela nada sabe, e o coração sabe tudo mas não sabe falar"
Talvez por isso eu não consiga me expressar direito ao telefone...
Ainda seguindo Osho,
"É bom que as universidades ainda não tenham encontrado um jeito de ensinar o coração e torná-lo civilizado"
Sendo assim, meu coração é totalmente não civilizado e inconsequente... Ele perde as pessoas por ser assim, mas não tem medo de voltar atrás...
E ele me diz:
Se eu fosse ele não falava contigo nunca mais
Mas também me diz:
Ele é capaz de compreender
E eu me pergunto?
Será?????

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Super-herói


"Será que você vai saber o quanto penso em você, com o meu coração?"
Era nisso que ele pensava o tempo todo. Desde a hora em que acordava, até a hora de dormir. Ela era o motivo de sua vida. Sua inspiração. Sua respiração. Desde que ela nasceu ele se tornou um outro homem. Aquele rostinho lindo, inseguro, alguém que ele pôs no mundo e agora deveria preparar para isso, para conquistar o mundo. Só lhe faltavam asas (Pensava ele). Mas na verdade nem isso faltava a ela. Era um anjo completo: corpo, alma, mente, coração. A princesinha do papai. O novo anjinho do universo. Uma fonte de amor, harmonia, paz, todos os sentimentos bons infinitamente vezes multiplicados.
Seu nome... Aline... Ele não cansava nunca de repetir. Sonhando murmurava Aline. De olhos fechados era capaz de desenhá-la, com cada detalhe de sus rostinho. E que rostinho! O que será que se passa dentro daquela cabecinha? Quais serão os sonhos dela? Ah se ele pudesse descobrir. Realizaria todos. Sem medir esforços. Amor de pai não tem medida...nenhuma.
E cada dia a mais na vida da princesinha era um pouco mais de vida na vida dele. Cada coisinha que ela aprendia era motivo pra ele se sentir mais orgulhoso. Cada birra o fazia derreter-se em mimos. E cada sorriso, cada beijinho eram sua realização total. Ali, naquele olhar dengoso ele atingia seu alfa, seu nirvana. Se tornava a pessoa mais zen do mundo.
E quem conhece esse paizão é capaz de chorar todas as vezes em que ele fala da sua princesinha dos olhos puxados. Ele se comove, baba, mescla todas as ações em algo indefinível. Cada segundo longe dela é uma eternidade. Amor sem limites, medidas, proporção. Só amor.... O amor mais puro do mundo.
E ela vai crescer. O botãozinho de rosa vai desabrochar. Cada vez mais belo e mais perfumado. E nela ele vai ter sempre sua fonte da juventude, seu pote de ouro no fim do arco-íris. E nele ela sempre vai ter o maior e mais poderoso de todos os super-heróis.
"Será que você vai saber o quanto penso em você, com o meu coração?"
Sim, ela sempre vai saber. E principalmente porque talvez você pai, tenha o coração nos olhos.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Insanidade 4



Ele acabou de se formar em psicologia há poucos meses. Teve o alívio da graduação concluída e a felicidade ao ver seus pais tendo orgulho dele por mais uma vitória conquistada. Diga-se de passagem se sentiu a pessoa mais feliz do mundo. Cheio de sonhos, desejos, vontades. Menino bom, de bom caráter, personalidade,desses que só se vê nas novelas adolescentes. E que guarda dentro dele um mundo paralelo que poucos eram capazes de conhecer. Faz amigos com facilidade e desperta paixões com mais facilidade ainda. Fisicamente? Como diria uma amiga dele "gatíssimo". Seus olhos passam sinceridade, certeza e amparo. Também, trata-se de um psicólogo, aquele que irá te confortar nos momentos de desespero. Por aprender o ofício de fazer as pessoas se abrirem também era capaz de se abrir, mas nunca se expor. Se abre em seu universo paralelo. E que universo paralelo! Cada desejo, cada brincadeira. é o mundo dele, só dele e ponto final.
Logo após formar, já começou a exercer sua profissão. Tem um Felizzzzzzzzzzzzzz estampado na testa. Ele irá longe... Muito longe! E isso deperta ciúmes. A gatíssima, futura mãe de seus filhos usa a filosofia Los Hermanos de vida: "Eu só aceito a condição de ter você só pra mim"; e com isso morre de medo de perdê-lo para esse mundo grandão. Ele se estressa as vezes, pois sabe que o mundo precisa dele. Seus clientes precisam dele, assim como sua família e seus amigos. Ele é um pouco geração Tribalista: "Eu sou de ninguém". E assim muitas vezes um desentendimento fica estabelecido. E ele fica carente, desconfiado, medroso. Precisa de colo e de sorrir. Quem disse que psicólogos sempre sabem lidar com seus "por quês"? Ele é humano, também chora e também erra.
Em um de seus atendimentos conheceu um garoto que ele considerava diferente. Esse lhe passava uma enorme empatia. Era um garoto extrovertido, inteligente, engraçado. Seu desvio? Adorava as safadas da internet. Passava horas tentando vê-las nuas atrás da telinha. E ali descontava suas energias acumuladas por uma mocinha que amarrava o jogo. Ele como psicólogo achava isso interessante. Como homem, achava semelhante. E acabou acompanhando esse garoto muito tempo, até a hora em que ia se preparar pro vestibular e precisava de um teste vocacional. Resultado? Psicologia.
E nesse atendimento se viu de novo... garoto... E com sua realidade paralela escancarada. Era como se estivesse se revendo num espelho real. Aquele garoto era ele há tempos atrás e provavelmente seu futuro colega de profissão. Mas ele pelo menos sabia que ia ser um cara de índole boa, pra não dizer ótima. Não tinha muito com o que se preocupar.
E ali, ele lembrou de uma amiga que deixou nos chats da vida. Ele sabia tudo sobre ela, ela o ajudava a arranjar as safadas. E acabaram se tornando confidentes, grandes amigos, se conheciam demais. Até brigavam e ele a chamava de chata de vez em quando. Ele riu! Se perderam justamente por saberem muito um do outro. Sem ao menos saber os nomes...

sábado, 26 de janeiro de 2008

Cúmulo

Sobre o teu corpo meus braços
Em tua vã memória meus beijos
Rápidas lembranças de nossos laços
Que atearam fogo a meus desejos.


A omissão de meus sentimentos
"Morbidez sofrida" de meu sossego
Agravando meus ferimentos
Expressando qualquer o medo.

Crava-me a faca de meus gemidos
Sem remorso ou compaixão
Dando vazão nula a meus "ais" sofridos.

E deixa meu corpo gélido sobre esse túmulo
Com flores negras de depressão
Representando do amor o cúmulo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Mais uma carta ?!?!

Talvez tenha me proposto uma tarefa difícil demais ao achar que poderia escrever-lhe algo. Sabe quando as coisas são indescritíveis É como falar do meu encanto ao ver a Lua. É como querer lhe descrever e para isso ter que separar as sete cores do arco-íris. É como sentir o amor e ter que falar dele minuciosamente, sendo que amar não tem explicação. Você. Que guarda uma imensidão de mundo em seu interior. Que é puro como água, as vezes turbulento como as ondas e tão profundo quanto um mergulho há quilômetros pós praia. Para lhe entender é preciso mergulhar e daí talvez eu não tenha fôlego o suficiente para chegar lá no fundo, mas até onde chego entro numa água límpida, cheia de sonhos, de fantasias,de desejos, de insanidade lúcida, de profanidade pura. Daí para baixo, vem o desconhecido, mas após a mente vem o coração e lá é fundo demais para mim. Entrar no seu coração? Não jamais serei digna disso, a não ser que um dia você me faça esse convite. Depois de você tudo foi diferente. Tomar vinho foi mais saboroso, me embriagar foi mais humano, ser feliz foi mais concreto. Filósofo de buteco e eu a psicóloga. Você com suas idéias malucas e eu querendo apenas te por em meu colo e te ninar. Te tornar criança, assim como eu sou (quando quero). É estranho, achei que já não havia sensibilidade no mundo e aí, você me apareceu. Com o coração maior e mais puro que eu já pude conhecer. Não, não minto,você é especial, acredite me conquistou. Meu filósofo preferido, que faria sem dúvida alguma até Niestzche chorar. Adoro compartilhar de seu mundo cheio de mistérios. Hoje lhe entrego como presente a minha alma amiga, meio mística, meio maluca, para você anjo crer que tem uma pessoa que confia em teus passos... Embora só amigos, você tem completamente a mim..

Te amo... E não sei fugir disso!
Daí, vou beber, já que amar tá muito difícil!!!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Anjo Demônio

Me dê uma faca
quero cortar suas asas
Me dê uma foice
quero estraçalhar seu coração
Me dê veneno
quero me embriagar em meus delírios
Me dê um relógio
quero despertar desse sonho ruim
Meu anjo, meu anjo mal
quero você nas trevas resgatando meu demônio bom
Me dê uma flor
quero oferecê-la pro diabo
Me dê carinho
quero amolecer essa pedra cardiológica
Me dê um pote de mel
quero adocicar essa amargura
Me dê um relógio
quero despertar desse sonho ruim
Meu demônio, meu demônio bom
quero te ver no céu resgatando meu anjo ruim
Tira-me a paz como um demônio
Acalma-me como um anjo
Me dá proteção como um demônio
Me deixa insegura como um anjo
E tenta-me como um demônio
Dando-me o prazer de um anjo
Dizer o que de você???
Apenas te quero...
Mesmo sendo um anjo demônio...

Insanidade 3!


Ele era um menino diferente. Em todos os sentidos. Daqueles em que só pode se acreditar quando realmente se conhece. E se não se conhece, acha que é apenas uma miragem. Um pouco tímido, gentil, divertido, lindo por dentro e por fora. Do tipo que foi o mais requisitado da escola, o xodó de todas as meninas. Que se interessou por algumas, saiu com elas mas no fundo viu em quase todas uma carga muito grande de futilidade. Teve em uma delas o seu grande amor. Mas justamente essa foi a que não o correspondeu. Ele amou em silêncio. Muito tempo em silêncio. Sofreu com o amor. E depois disso não quis mais amar de novo. Embora não saiba ainda se continua amando essa menina. Foi romântico, mas nunca quis se revelar. Teve medo de não conseguí-la. E nisso ficou achando que sabe o que é o amor, mas no fundo se ele não provou ele não pode falar. Pois pode ser que quando comece a amar veja que aquilo foi um mero engano.
Ele é do tipo revoltado-inconstante. Gosta de várias bandas de rock, mas escuta um funk de vez em quando pra se divertir de uma maneira mais popular. Enquanto protesta por sentimentos não valorizados e pelo mundo avacalhado, consegue se divertir com a música do "crew". Ele é engraçado. E esse seu jeito contraditório é o mais fascinante. É o que faz ver a pureza nos olhos dele! E sua falta de preconceitos em relação a tudo. Ele ainda é capaz de chorar vendo Armagedom, e de xingar os piores palavrões numa partida de futebol entre flamengo e fluminense. Ele é uma raridade. Algo a ser estudado, mas melhor que ninguém estude pois corre o risco de se apaixonar. Ou se quiser se apaixonar está no caminho certo.
Já foi chamado de Lobinho, apesar de não parecer muito com o Lobão, somente nos cabelos. E nas filosofias do "Aonde está você, me telefona, me chama, me chama, me chama". Ele é carente... Precisa de muito carinho. Ainda não achou a sua cinderela, ou achou ela longe demais. Ou achou e não se permitiu ter achado.
Entre suas amizades não valoriza quantidade e sim qualidade. Não quer ter muitos amigos, apenas amigos de verdade. Com quem ele possa contar sempre, com quem ele não precise de ter vergonha de chorar ou admitir seus sentimentos. Quer amigos que lhe dêem forças para ser frágil e sentimental. E não para só o chamarem pras baladas e o apresentarem pras meninas da festa. Ele quer uma menina e não todas. Embora possa ter todas e mais algumas.
Todos os dias quando acorda tem seus 10 minutos de revolta matinal com o mundo. Acha que "nós podemos moldar o mundo q nos cerca, se este não nos agrada...afinal o mundo pode parecer pequeno, mas é grande e tem lugar para todos pelo menos por enquanto...". Mas isso faz parte de seu jeitinho sonhador lindo. E dos seus truques de sedução. Apesar de que nem ele sabe seus truques de sedução ao certo. Mas é extremamente sedutor. Sua fragilidade, seu jeitinho de quem se quebra com facilidade (afinal é um cristal em lapidação) são suas maiores qualidades.
Ele acha que a paixão as vezes sacaneia as pessoas. Mas é claro, ele ainda não consegue se defender de paixões que não valem a pena. Sem querer fiquei sabendo que ele deixou uma menina muito apaixonada. Uma menina que sempre nega às paixões. E nesse estilinho sedutor fez com que ela que já é mulher caísse em seus encantos. Em suas brincadeiras, em seus sorrisos lindos. Ela se apaixonou por ele. E um dia eu soube que ela se declarou. Depois disso, nunca mais se falaram. Ficaram num clima estranho. E fiquei sabendo que ela anda muito preocupada com ele. Mas que ela tem certeza que mais cedo ou mais tarde vão acabar se esbarrando mesmo que sem querer. Afinal eu digo por experiência própria. De paixão, não há como fugir....

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

História sem final feliz!


Se encontraram por acaso, em uma dessas esquinas de qualquer rua, em uma coincidência sem fim. Ela deixou seu coração cair sem querer e ele pegou, também sem querer. Nenhum dois dois queria, mas o destino lhes negou o querer. O mesmo destino que queria que fossem felizes não deixou que optassem por serem felizes sós. Tinha que os unir de alguma forma. Por bem, ou por mal, como fora. Por mal porque não eram maduros o suficiente para se envolver. Ela sem medo, ele com todo o medo do mundo. Medo esse que os fizeram se desentender várias vezes. Assim como os sonhos dela. Não havia muito equilíbrio. Ela sonhava e ele o acordava nos ápices dos sonhos. Mas mesmo assim tentaram, achavam que valia pena. Como realmente valia.
De repente os dois eram um só. Ele aprendeu a sonhar uma vez por semana, e ela a ser realista e assistir os telejornais. Daquele encontro por acaso, uma paixão desenfreada, louca e dessa um amor intenso e extremamente impulsivo. Assumiram o sentimento. Isso depois que ela viu que no fundo ele era um menino sensível, que só tinha medo do mundo. E ele viu que ela não fugia por querer e sim por medo de se decepcionar. Mas após uma proposta de namoro olhando profundamente nos olhos, o amor foi posto em primeiro lugar. E todas as fobias foram esquecidas.
Ele procurava sua primeira namorada. Ela encontrou nele o seu primeiro amor de verdade. E aí foram rumo ao mundo, enfrentando cada obstáculo. E como eram felizes! Entre uma caipirinha e outra filosofavam sobre a vida. E no fim sempre chegavam em casa brigando, mas no outro dia era colo, eu te amo, pipoca, brigadeiro e a eterna certeza de que eram almas gêmeas. Se identificavam até nos joguinhos preferidos de video-game. Assim passavam tardes brincando como crianças e realmente tinham alma de crianças. Sem querer se xingavam como crianças e depois estavam mil maravilhas de novo! Todo mundo achava lindo a forma como se tratavam, engraçada ao menos. Piadas, brincadeiras, uma alegria contagiante. Ela as vezes bebia e falava um monte de bobeiras e ele ficava quase roxo de vergonha. Assumiam tudo o que faziam, assim como o que ainda não faziam. Assim como quando fizeram. Era tudo especial entre eles. Novidades para os dois, um mundo que ainda não tinham provado.
Devagar foram se descobrindo. Viram coincidências demais em suas vidas. Desde as piores até as melhores. Ele achava ela a menina mais linda do mundo, olhava em seus olhos e com sua pureza a fazia acreditar. Ela tinha a impressão de que até então só tinha tomado água e de repente tinha conhecido os sucos e refrigerantes. Formavam o casal perfeito. Até nos defeitos. Dormiam por horas e mais horas e achavam graça de somente dormirem juntos. Se viciaram. Ela nele e ele nela. A vida de um não fazia mais sentido sem o outro. Nenhum sentido. Ele aprendeu a chorar nos braços dela. Ela aprendeu a se consolar nos braços dele. E tudo foi perdendo tanto o sentido que um passou a viver para o outro.
Erraram muito. Ela com ele e ele com ela. Até que ela precisou abrir mão de um grande sonho. Teve que acordar como ele tentou fazer muitas vezes. Mas ele ficou ao lado dela mesmo acordada. E ele foi incentivado por ela a sonhar. E ela acreditava nos sonhos dele. Ela tinha muito orgulho dele, sabia que ele podia ir mais longe do que pensava. E assim foram trocando conceitos de vida. Sempre!
Chegou um a um ponto em que a imaturidade de ambos falou mais alto. E ao mesmo tempo um senso de maturidade. Sabiam que já não podiam viver mais um pro outro. Ainda havia muito a ser feito pelo mundo. Começaram a se desesntender em torno de 10 vezes ao dia. E a chorar de sofrimento mais que por emoção. Ele já não a deixava sonhar nem um pouco e ela começou a falar bobeiras enquanto ele via os telejornais. Isso irritava totalmente os dois. Começaram a se destratar, a mexer nas feridas. Sempre mexiam no que mais machucava. Já não tinham mais o dom de jogar video-game pra esquecer, nem de fazer piadas. Cairam numa relação doentia de amor e ódio. Regada por um ciúme sem fim. Impaciência sempre, essa passou a ser a rotina deles. Ele já não ia mais jogar futebol e ela já não se abria com as amigas.
Depois disso passaram uma semana maravilhosa. Quase perfeita. Um vivia pelo outro. Dormiram juntos todos os dias. Ela o esperava para almoçar todos os dias. Ele chegava do serviço e tinha todo o carinho e amor do mundo. Ouviram música, viram filmes, falaram bobeira, contaram piada, saíam para passear e sempre olhavam para o céu e ficavam ainda mais românticos. Ela estava radiante de felicidade. Ele também. Achavam que ali haviam encontrado o equilíbrio para o amor deles. Mas quando as coisas estão boas demais, é sinal de que algo errado vai vir. Ele não confiou nela, lembrou de coisas ruins e não acreditou nas palavras dela. Ela foi autoritária ao invés de acalmá-lo. E aí se perderam numa esquina diferente da que se encontraram. Ela chorou e ele se foi. Ambos com o coração no chão novamente. Sem esperanças de que mais alguém vai encontrar. Ela só quer que ele o pegue novamente. Ele ela não sabe. Ela tentou correr atrás, ele também. Mas cada um correu no momento incorreto. E aí não deu certo. Não conseguiram mais se encontrar. Ela não achou mais o coração dele. Ela não sonha mais. Voltou a tomar água novamente. Ele? Foi rumo ao mundo em busca de seus sonhos, que até então não acreditava...
"Tudo se compõe e se decompõe"...
Hoje, bom, não sei como ela está... Nem como ele está por dentro. Ela em sua dose de realidade não vê sua vida sem ele. Ele em sua dose de sonhos já não vê sua vida com ela... Já não consegue parar de mexer nas feridas. Ele só vê as feridas. Aprenderam a não se perdoar nunca. E ela, não está nem aí pra o que o mundo pensa, ela só pensa nele... E ele, talvez queira que ela tenha sido somente um pesadelo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Não muito a dizer... So sorry

Vou postar a tradução de uma música linda, que aconselho a todos... E que me cai como uma luva...

So Sorry (tradução)
Feist
Composição: Feist
Sinto Muito-Feist

Sinto muito, duas palavras
Sempre penso depois que você vai embora
Quando percebo que eu estava agindo super errado
Tão egoísta, duas palavras que poderiam descrever
Minhas velhas ações quando a paciência está por um fio
Não precisamos dizer adeus
Não precisamos brigar e chorar
Oh nós, nós podíamos nos abraçar bem forte
Esta noite
Somos tão auto-suficientes
Escravos de nossas próprias forças
Tememos nossas próprias emoções
Não, ninguém sabe onde fica a praia
Estamos divididos por um oceano
E a única coisa que sei é
Que a resposta não é para nós
Não, a resposta não é para nós
Me desculpe, duas palavras
Que sempre penso, oh, depois que você já foi embora
Quando percebo que agia muito errado
Não precisamos dizer adeus
Não precisamos brigar e chorar
Não nós, nós podíamos nos abraçar bem forte
Esta noite...

Ainda tenho alguns contos, alguns poemas, mas no momento, nada, definitivamente nada tem o dom de me fazer sorrir... Com o Pânico desenfreado novamente em minha vida... Mas, em breve, pronta para outra! Aguardem! A velha Naty, ressurge das cinzas...sempre...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Carta jamais enviada !?!?!



Acho que hoje piso nas nuvens e tento tocar o chão. Perdida em pensamentos troco palavras em frases, gaguejo, enrolo a língua (ah, se fosse na sua!), babo sem nem reparar. Sinto o coração arrepiando sem ter pêlos, nem penas. Um frio gostoso em cada parte do corpo, que embrulha o estômago e deixa a mente livre e lerda.E ao escrever, me faz reparar nas coisas que nunca reparamos. Como um coração arrepia? Como se embrulha um estômago? Me dá vontade de rir ao ver a combinação de verbos e substantivos que transcrevem exatamente o que sentimos. Olha a que ponto chegamos: uma salada de palavras para amenizar expressões, torná-las belas... falar de amor! Sem olhar nos olhos torna-se ainda mais divertido se declarar. A gente imagina o outro olhar e vai escrendo, rindo sozinho. Como as palavras têm o dom de conquistar, fazer sonhar. Será que teriam também o dom de seduzir? Acho que esse dom nunca tive e nem terei. Nem por palavras e nem por ações. Mas tudo bem, não me importo, prefiro ser desastrada e criança. Nunca me imaginei mulher, embora não seja sempre que eu goste de ser chamada de menina. Menina apaixonada e menina... Com 23 anos e escrevendo cartinha de amor. Mas que vê que esse amor é puro e profano. Meninas também têm desejos, as vezes também perdem o pudor. Talvez não na primeira, mas na segunda vez. Depois sentem vergonha. Ah paixão! Me deixa ser sem vergonha uma vez na vida... e dizer: "olha me deixa mostrar que a menina quer crescer contigo, e provar o pecado, sem dessa vez ter medo de ser feliz"... e tão menina... tão apaixonada, mais uma vez quer dizer Eu Te Amo detrás do muro... talvez o inatingível seja o que a mantém de pé...
A mesma sensação de se receber flores?!?!?! Talvez...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Mar



Ele tinha muitos conceitos de vida. Já sabia como reagir a vários estímulos provocados pelo mundo. Tinha mais respostas que perguntas. Sereno. Sábio. Uma pessoa invejável. Seus atos eram sempre equilibrados, razão e coração na proporção certa. As vezes mais coração como qualquer ser humano. Encontrou uma maneira de driblar a solidão: família e amigos. E compartilhava essas suas descobertas com quem quer que fosse. E por mais que dissesse que não, todas as noites uns 10 minutos antes de dormir ele imagina seu grande amor, casa com filhos, a felicidade de se viver com alguém. Mas no outro dia ele guardava isso em qualquer gaveta e seguia sua vida com a certeza de que tudo tem a sua hora certa. Ele adora conversar com as pessoas, pode ficar até altas horas da madrugada batendo papo. E adora sorrir, adora brincadeiras, adora se sentir livre no mundo da imaginação (mas tem os pés muito no chão). Qualquer piadinha vira festa, aliás ele é do tipo: a festa nós que fazemos. Caminha todos os dias na praia, vai devagar sentindo cada grão de areia, o calor do chão, os raios de sol, a água levemente molhando os seus pés. Ele chama o mar de infinito... Quando pára para admirá-lo fica horas, horas e mais horas. E aí ele mergulha no infinito, entra de corpo, alma e coração. E ali sente a plenitude da vida. A fonte da juventude. Ele é apaixonado pelo mar. Também, um dia teve que pedir a ele para que pudesse namorar suas estrelas. Ficaram muito, muito amigos. E ele amando tudo aquilo. E amando cada vez mais. Também gosta dos ventos, das montanhas, das diversas paisagens do mundo. Não só viaja na maionese, mas viaja pelo mundo. E em cada lugar pelo qual passa aprende um pouco mais de vida. E vai acumulando belezas, mensagens e paixões. Claro, ele se apaixona. Cada lugar uma paixão. Paixões passageiras e eternas. Passageiras como as chuvas mas eternas em seu coração. E aí vai vivendo, vivendo intensamente sem medo de que uma onda o derrube. Saiu de casa muito cedo. Já tomou muito tapa na cara, já sofreu, já passou muito aperto. E com os erros se tornou ele. Ele, especial. Que ama, ama o mundo! E namora uma estrela do mar, senão todas. E todos os dias ele vai dormir e pensa no seu amor eterno de carne e osso, e nos filhos. Mas não se ilude com isso. Sabe que vai chegar a sua hora. E aí saí mais uma vez pela praia, vai no rumo do pôr do sol, fica até anoitecer. Entre um cigarro e um pouco de vinho pensa na vida. Olha para o céu e vê todas as estrelas. Identifica o Cruzeiro do Sul. Dá nome às estrelas. E aí chora de emoção. De solidão um pouco, mais de emoção mesmo. Pensa "Que mundo maravilhoso". E assim vai vivendo em seus delírios poéticos. E o tempo vai passando, passando e ele cada dia mais rico em espírito. Cada dia mais profundo em seus pensamentos. Cada dia mais feliz e cada dia mais sonhador... Mal sabe ele, daqui há alguns anos ele vai estar contemplando o mar com seu grande amor. Entre um cigrarro e um pouco de vinho, beijos, muitos beijos, paixão ardente e serena. Do jeito que ele merece. Ele é especial! Vão mergulhar juntos no infinito, serão o infinito. E entre um olhar e um abraço a certeza de que a felicidade é eterna. E as estrelas do mar, se tornarão suas amantes. Ele sempre vai ser o Don Juan daquela praia.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Insanidade 2! (Você se identifica agora?)

Barzinho mais pop da cidade. Ali só frequentam famílias de bom nível - os rapazes considerados bons partidos ou muito bonitos e meninas de salto alto. No fundo, uns nem tem onde cair mortos. Mas para eles o que vale é a ostentação. Entrando ali você sente dos mais diversos perfumes, vê o que está usando no momento - uma diversidade de marcas caras, jóias... Na verdade tudo do Paraguai... Mas pra quem tem o "nariz em pé" aquilo se torna luxuoso. Pizza, cigarro, cerveja, uma garrafa do vinho mais caro, martini, campari, rum. Uma mesa cheia de rapazes entre os 20 e 30 anos. Já bêbados olhando a bunda de todas as mulheres que passam por ali. Aí um sussurra no ouvido do outro "gostosa", "essa eu comia". E o mais playboy "já comi". E isso vai se estendendo a noite inteira. Risos, piadas de mau gosto, papo sobre viagens, sobre a 'mulherzinha feia' que o outro beijou. Zuação. Quase todos têm namorada, e hoje era o dia de sair entre amigos. Os que não tinham ficavam com uma mocinha ou outra que mostrasse pudor e beleza na frente de todos, e de madrugada íam pra zona e tratavam as mulheres como se fossem prostitutas. Sempre fumam um baseado pra mostrar graça, mas agora estão no momento doce-bala e rave. E acham sempre que estão doidões. Correm, cavalinhos de pau. Uma vez por mês um é preso com muita droga ou bate o carrinho, mas nada que dinheiro não resolva. E ali, entre bebidas e o cigarro que para eles dá status, começam a falar de amor. "Vou casar com minha namorada, ela sabe cozinhar bem, tem jeito com crianças", "Eu não quero saber de casamento agora, dá muito gasto", "Ah, eu só caso se arranjar uma namorada virgem", "Amor? Não, é só sexo", E por aí vai. Não relatam grandes paixões e sim micaretas, carnavais, 40 mulheres por noite. Um vira pro outro "A menina que você está ficando ficou brava? É so pedir desculpas, mulher apaixonada é idiota". Usam o lema 'temos que nos divertir antes de casar'. E não sabem onde o amor fica na vida deles. Mas estão sempre chamando a namorada de amorzinho. Comprando cartãozinho escrito Eu te amo. Basta uma boa noitada e o amor camufla.
E no tel, falam baixinho pra família não escutar, com voz de criancinhas " Ô meu bem, eu amo tanto você" ..........

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Insanidade 1! (Você se identifica?)


Na sala bêbados, poetas, loucos, prostitutas falam de amor. Recitam versos bonitos enquanto tomam mais uma dose. E mais uma, mais uma, mais, até que várias garrafas fiquem jogadas nos cantos e eles continuam vendo a beleza da vida até mesmo num lugar imundo. Eu ouço um falando "vou dar uma mijada" e até a maneira como ele fala mijar é romântica. No mínimo falava isso quanto passava a mão no rosto de uma prostituta se justificando com um 'já volto logo, não me abandone, preciso de você'. E elas em seus vários amores se derretendo por alguém que as beija na boca sem medo, sem vergonha. Apenas as querendo independente de qualquer coisa. De qualquer preconceito... Escuto os passos dele, o barulho irritante da porta do banheiro e quando ele abre o velcro da calça e diz "ufa". E aí aquele barulho como se ele fizesse questão de mirar a água do vaso sanitário pra respingar bastante e pra mostrar que realmente estava fazendo xixi. Espera! Ele está tentando tocar uma canção prendendo e soltando o xixi... tã tã tã tã tã... tã tã... Hahahahaha! Como é cômico! Saiu, eu não ouvi a tampa do vaso abaixar, mas como se nem o ouvi a levantando! E nem a torneira abrindo. Ele não lavou as mãos... E vai sair dando tapinhas nas costas de todo mundo!!! Tudo bem, acho que ali ninguém lavou as mãos.
Agora pegaram violões, cantam, cada um no seu ritmo, mas cantam e brindam a vida numa alegria que não termina antes do dia amanhecer. E eu aqui no meu quarto, a lâmpada queimada e nem sequer um vaga-lume pra iluminar um pouco mais. Só a tela do computador e minhas idéias incapazes de iluminar coisa alguma. Talvez fosse melhor eu ir pra lá, mas os desapontaria na primeira frase ao dizer que o amor não existe. (Prefiro ficar aqui, com minha revolta natural e minha maneira de observar as pessoas.)
Parecem que dois ocuparam um quarto. E é estranho como nem me preocupo se são dois homens, duas mulheres, ou um homem e uma mulher. De qualquer forma são um casal, então que sejam felizes, e de preferência que não façam muito barulho.
Eles gargalham lá fora. E eu isolada aqui dentro. Longe das piadas, e ufa, longe do amor. A mesma sensação que o mijão teve ao abrir as calças! Estranho. O mesmo "ufa" de alívio pra duas sensações totalmente diferentes, ao menos em sua natureza. Será que preciso ficar mais apertada pra fazer xixi? Será que devo aprender a mijar? Tssss.... É só o que me faltava! A alegria deles está me contangiando. Daqui a pouco largo tudo e vou lá. Juro que vou. Como me tratariam? Pra que me preocupo? Me tratariam bem, eles são de bem... Só não devo falar demais, nem de menos. Meio termo. Equilíbrio! Calma menina. Ainda não está na hora. Você ainda não está apertada o suficiente para usar o toallete.
O casal me preocupa agora, ou me desperta interesse. O que será que estão fazendo? Será que estão fazendo? Nossa, estou indo longe demais. Daqui a pouco penso na maneira como estão fazendo. Controle os seus pensamentos. Se controle, se policie. Algo em mim me diz que estou perdendo o controle.
Prenda a respiração, respire devagar, respiração cachorrinho. Três coisas diferentes e nada. Morda os lábios. Morda com força até ser anestesiada pela dor. Ato falho! E esse frio na barriga? Ai ai ai. As coisas estão ficando sérias. Mais uma garrafa sendo aberta. O violão tocando suavemente uma música de amor. E eu aqui lutando contra o amor! E de repente estou chorando... por amor... Mas até um pouco ele não existia. Estou cantando, estou sorrindo. Não, eu não posso sorrir! Não por músicas românticas. Sou anti-romantismo. E esse frio na barriga? Acho que preciso dar um mijão... Ops.. usar o toalette.
Saio, a porta do banheiro range. O banheiro está um caos e nem me preocupo. E ao descer sem pensar muito a saia penso, "ufa"... E de repente estou brincando com o xixi como se quisesse imitar o tã tã tã tã tã... tã tã!!! Sobraram uns tãs... Ops! Errei... Hahahahahahaahha... Já estou rindo de mim. E espera aí, não, não vou lavar as mãos! Saio, direção sala... E aquela alegria me contagia. Tomo uma dose e já começo a fazer graça, duas e começo a falar de amor. Três e morro de saudades. Quatro e estou dançando e cantando com eles... Não vou tomar a quinta não. Chega! Preciso terminar o meu texto.
E quando chego ao quarto, uns 10 vagalumes invadiram! Como assim? Não bebi tanto. Eles vieram pra me iluminar... Quero um jantar a luz de vagalumes! Estou romântica??? Não........ Não é possível....... Volto a acreditar no amor. Deito e vou sonhar com ele, o meu anjo! E amanhã vai ser um novo dia. E vou precisar aprender tudo isso de novo.
Ps: por mais que insista em não acreditar no amor, sou romântica e todas as noites penso em você, e que tudo vai se acertar!!! Somos dois loucos, poetas, filósofos, implicando um com o outro todo o tempo... Para fingir que não acreditamos no amor... Nossas diferenças, nós que criamos cada um com o seu orgulho para não acreditar no outro, ser dono da verdade sempre... Ainda mais loucos... Insanos