terça-feira, 28 de outubro de 2008

Instável

Eu vou deixando um pouco de mim em cada texto que escrevo. Seria muito bom poder me desmanchar em palavras. Talvez aliviasse um pouco a dor. A cara inchada é a luta entre as noites mal dormidas e os dias intensos de choro. Quando não dias mal dormidos e noite intensas de choro. Dizem que eu tenho um tom pessimista ao escrever. Tavez seja verdade. Mas é que se pararmos pra pensar bem, as pessoas quando sensíveis sempre são mais sensíveis tendendo ao lado da infelicidade. Eu sinto o mundo se desgastanto. E nisso nos desgastamos junto a ele. Por isso preferia antes me desmanchar em palavras como o algodão doce se desmancha em saliva. Quando Yuri Gagarin disse que a Terra era azul ele se enganou. A Terra é cinza. Nosso negativismo e hipocrisia estão embaçando até o azul dos mares. Me desculpem. Hoje eu me coloquei sobre uma placa tectônica.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Necessidade

Há mais ou menos um ano eu briguei com o travesseiro. Com o colchão, com os lençóis, todos. Engraçado que mesmo me considerando uma briguenta de primeiro grau foi nessa época que fiz uma amizade intensa com a Lua. E por intermédio de seu brilho conheci as estrelas. Coisa linda, talvez a amizade mais fiel. Com elas eu ri, chorei, fiz careta, fiquei de mal, amei, tudo. Foram minha inspiração ou o incentivo pra que a minha inspiração viesse.
Me abandonaram poucas vezes. E sempre que não vinham mandavam nuvens bem carregadas num tom grafite bem marcante que me dizia: elas não puderam vir mas nos mandaram pra lhe consolar. E as vezes essas nuvens cansadas se desfaziam em gotas que traziam um som gostoso e um cheiro que acabava me embriagando e me ninando assim de repente. Ai que saudade da minha amiga chuva. Há alguns dias ela não aparece por aqui.
E a Lua em seu misticismo sabia acompanhar todas as minhas fases. Ou será que eu acompanhei as fases dela? Bom, isso não importa muito. Talvez um dia eu encontre a explicação pro que não procuro. E as estrelas, pequenos pontos e tão fortes. Uma vez uma passou rasgando o céu. De verdade ela se mexeu e pareceu cair num lugar bem longe. Acho que jamais eu chegaria lá pra cuidar das suas feridas. Papai disse que era uma estrela cadente e que se eu a visse de novo eu deveria fazer um pedido. Mas como eu vou pedir alguma coisa com um tombo de um amigo? Acho tão egoísta. Não, eu não sou assim. (Ah amiga. Não cai mais não. Eu definitivamente não admiro a sua queda. Não sou como aqueles que dizem que é lindo o pôr do Sol. Eu não gosto quando ele se põe como não gosto quando você cai. Eu gosto de ver ele nascendo. É tão gostoso ver que ele está chegando. Quando ele se põe eu quero que ele volte logo. Mas eu nunca vi você subindo pro céu de novo...).
Agora querem que eu faça as pazes com o travesseiro e toda a parafernalha que o acompanha. Disseram que de bônus eu vou ganhar 'sonhos'. E que eu posso dividir o meu tempo entre eles. A Lua, as estrelas, o travesseiro e os sonhos. Não sei bem se isso vai dar certo. Mas eu vou tentar. Afinal não custa né. São todos bons amigos. Eu só não quero muito os sonhos. Sei lá. Se fossem bons talvez eles dessem em árvores. Assim como dão as maçãs, as laranjas, as flores... Será que posso trocar os sonhos por maçãs? Ia ser bom. Mas acho que não dá. E também os sonhos quando numa dose moderada podem render bons resultados. (Eu sempre ouvi mamãe dizer isso).
Então de hoje em diante eu me comprometo a tudo isso. E espero que dê certo. Assim agrado a todos e quem sabe não faço novos amigos né? Gente assim sempre é necessária em nossa vida.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E agora?

Pare por um minuto e pense
Você sabe o quanto as pessoas que convivem com você são frágeis?
Sabe a última vez que elas choraram?
Já se preocupou em dar a elas um segundo de atenção quando você está feliz?
Sua vida dá certo. E a delas?
A janela dos quartos da casa delas estão abertas ou fechadas?
Quando você toca interfone alguém atende ou nunca tem ninguém em casa?
E o telefone?
Talvez o silêncio diga tudo e por isso você nunca escuta nada

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O que é o amor?

O que você chama de drama eu posso muitas vezes chamar de amor. Como posso chamar de fase, como posso simplesmente não chamar de nada. É uma questão de ponto de vista. Ninguém sabe o que existe dentro do outro. Não temos o poder de sentir com qualquer coração. E ninguém é culpado por isso. Mas aí vem a nossa missão. O respeito. Se eu te respeito pelo que você sente então eu te entendo ou penso que você tem os seus motivos para tal coisa. Mas se eu não te respeito é porque não me importo nem um pouco com nada que esteja além de meus interesses. Se humilhar por amor as vezes é motivo de críticas. Assim como o amor é chamado de drama a humilhação pode ser chamada de força. Poucos são os que têm coragem de se humilhar pela pessoa amada. É uma atitude destemida, objetiva. É um 'correr atrás' da própria felicidade. Se eu amo e aquilo me basta pra sempre eu me humilho, eu faço drama. Sem medo. Porque se os meus conceitos de drama e humilhação me levam ao amor, eu acredito que isso não é nenhum pecado. E mesmo que tudo diga não eu prefiro acreditar na esperança de um mísero sim. Eu posso romper a distância com um piscar de olhos. Mas tudo tem o seu tempo. E enquanto ele não passar é só a esperança que vai mover tudo. É. Eu ainda estou te esperando.