quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Necessidade

Há mais ou menos um ano eu briguei com o travesseiro. Com o colchão, com os lençóis, todos. Engraçado que mesmo me considerando uma briguenta de primeiro grau foi nessa época que fiz uma amizade intensa com a Lua. E por intermédio de seu brilho conheci as estrelas. Coisa linda, talvez a amizade mais fiel. Com elas eu ri, chorei, fiz careta, fiquei de mal, amei, tudo. Foram minha inspiração ou o incentivo pra que a minha inspiração viesse.
Me abandonaram poucas vezes. E sempre que não vinham mandavam nuvens bem carregadas num tom grafite bem marcante que me dizia: elas não puderam vir mas nos mandaram pra lhe consolar. E as vezes essas nuvens cansadas se desfaziam em gotas que traziam um som gostoso e um cheiro que acabava me embriagando e me ninando assim de repente. Ai que saudade da minha amiga chuva. Há alguns dias ela não aparece por aqui.
E a Lua em seu misticismo sabia acompanhar todas as minhas fases. Ou será que eu acompanhei as fases dela? Bom, isso não importa muito. Talvez um dia eu encontre a explicação pro que não procuro. E as estrelas, pequenos pontos e tão fortes. Uma vez uma passou rasgando o céu. De verdade ela se mexeu e pareceu cair num lugar bem longe. Acho que jamais eu chegaria lá pra cuidar das suas feridas. Papai disse que era uma estrela cadente e que se eu a visse de novo eu deveria fazer um pedido. Mas como eu vou pedir alguma coisa com um tombo de um amigo? Acho tão egoísta. Não, eu não sou assim. (Ah amiga. Não cai mais não. Eu definitivamente não admiro a sua queda. Não sou como aqueles que dizem que é lindo o pôr do Sol. Eu não gosto quando ele se põe como não gosto quando você cai. Eu gosto de ver ele nascendo. É tão gostoso ver que ele está chegando. Quando ele se põe eu quero que ele volte logo. Mas eu nunca vi você subindo pro céu de novo...).
Agora querem que eu faça as pazes com o travesseiro e toda a parafernalha que o acompanha. Disseram que de bônus eu vou ganhar 'sonhos'. E que eu posso dividir o meu tempo entre eles. A Lua, as estrelas, o travesseiro e os sonhos. Não sei bem se isso vai dar certo. Mas eu vou tentar. Afinal não custa né. São todos bons amigos. Eu só não quero muito os sonhos. Sei lá. Se fossem bons talvez eles dessem em árvores. Assim como dão as maçãs, as laranjas, as flores... Será que posso trocar os sonhos por maçãs? Ia ser bom. Mas acho que não dá. E também os sonhos quando numa dose moderada podem render bons resultados. (Eu sempre ouvi mamãe dizer isso).
Então de hoje em diante eu me comprometo a tudo isso. E espero que dê certo. Assim agrado a todos e quem sabe não faço novos amigos né? Gente assim sempre é necessária em nossa vida.

4 comentários:

Dom Ramon da Bolandeira disse...

Também acho mais fácil acreditar na amizade Perene do céu do que acreditar nas intermitências das pessoas. Por mais que estrelas caiam, você nunca nota a falta de nenhuma, sem contar que elas estarão sempre te ouvindo, sem reclamar. Mas quando uma Amizade cai é que percebemos a nossa fragilidade e imaturidade, sem contar que nem sempre ouvimos o que queremos ou que teriamos que ouvir.

Anônimo disse...

É preciso mergulhar nas suas palavras. Entender sua profundidade.
Saber q o texto q não diz nada, diz tudo. E esses são os melhores.

Disso q eh feito o nicedreams.

mjmairink disse...

Amigos sinceros?Realmente são jóias preciosas...difíceis e raros, principalmente nos dias de hoje onde o mundo é tão materialista e cheio de consumismo.Mesmo assim vale a pena buscá-los, mesmo que a amizade com as estrelas que brilham no céu sejam mais fiéis e presentes nas noites de lua cheia.
Você é nossa estrela preferida....seu brilho ninguém vai apagar enquanto sua família estiver com você

Anônimo disse...

passei o domingo lendo seu blog...me amociona ainda.