Quantos dias sem o que escrever. Na verdade uma infinidade de idéias que não se organizam e criam um ritmo constante no meu subconsciente até que eu resolva colocá-las a exposição das críticas. Estou a mercê do meu ‘eu mesmo’. Parece redundante, mas quem passa pela mesma situação consegue entender. As mesmas idéias que estão em fila desordenada estão batucando o mesmo som. E assim vão me colocando refém dos meus próprios sentimentos, tormentos, lamentações, sonhos, ilusões, tentações, pecados, virtudes, desejos. É o fim de mais um ano e eu ainda não sei quem eu sou. Dizem que é isso o que buscamos a vida inteira. Uma identidade definida diferente daquela que tiramos quando temos 16 anos de idade. Meu nome completo e nome da minha mãe e a minha data de nascimento não definem quem eu sou. Maldito quem deu àquilo o nome de identidade. Ah se eu me encontrasse num pedaço de papel. Seria tão fácil. Mas a vida não é tão doce como Lobão canta. O que ficou desse ano pra mim? Muitas experiências boas, muita gente ruim, um grande amor, uma doença reconhecida, um sonho abandonado, inveja me consumindo, dor, muita dor, angústia, alívio, busca, colo, certeza de que pais são sempre o berço eterno onde podemos descansar, amparo, distorção de imagem, conhecimento de vida. Conversando outro dia chegamos a uma pergunta: A vida é uma questão se múltipla escolha ou uma questão discursiva? Se eu tenho um blog no qual questiono sempre sobre valores, sobre sentimentos, sobre identidade eu me coloco na posição de defender a resposta discursiva. Mas há quem tenha respostas definidas pra tudo. Reflita nesse fim de ano. O que é afinal identidade e vida pra você?