quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sem mais

A maioria das vezes eu questiono o tom melancólico que vou dando a meus textos. Tenho medo de dar o mesmo rumo pra minha vida. Na verdade ela sempre seguiu esse rumo. E por incrível que pareça eu nunca vi "que a grama é mais verde no jardim do vizinho". Pra mim 'a merda' está espalhada na grama dos dois lados. Talvez no mundo todo.Sempre eu ouço uma voz diferente: "_ O que você está sentindo?". Isso começou há 6 anos atrás. Talvez essa seja a frase que eu mais tenha ouvido ao longo de todo esse tempo. E o pior de tudo é não ter a resposta, ao menos nada perto do que eles querem ouvir de mim. A busca da cura em psicólogos, psiquiatras, psicanalista, psico o diabo a quatro. E a resposta surge apenas como um túnel escuro que eu não sei onde pode me levar. Eu não acho que nasci como as outras crianças. No sentido físico é óbvio que sim, mas no sentindo interação-mundo acredito que não. Se me perguntar se já me senti feliz na vida só posso responder que não lembro bem do meu passado. Nunca me dei bem com as pessoas. Sempre fui crítica ou criticada demais. Mas quando digo isso não quero remeter a uma menina carrancuda e cheia de mágoas. De certa forma sempre levei bem a vida. Meu contato com o mundo sempre foi de uma princesa que não tinha experiência do desconhecido. Sempre tive o meu mundo de fantasias e de fantasmas. Eu sempre tive medo de fantasmas. E ninguém sabe disso. Quando ia dormir queria virar as bonecas de costas pois embora ninguém acredite elas piscavam pra mim. Sempre fui cheia de desconhecidos que só hoje estou abrindo num ato de insanidade. Quando me perguntam o que eu estou sentindo me jogam mais ao chão ainda, porque nem eu mesma sei o que eu estou sentindo. As vozes que eu já ouvi, as coisas que eu já vi, as situações que eu já vivi ficam aqui dentro me assombrando silenciosamente. E com os últimos pingos de verão fica a vontade de outono. De nova estação, longe sim do calor humano. O calor humano frequentemente não é calor o bastante. Nem no verão e nem em uma das quatro estações. A superficialidade das pessoas, a falsa preocupação, o despeito, a inveja, a ira, a ingratidão. Mentiria se dissesse que isso não me afeta. Afeta ao ponto de levar ao desespero que não fica numa dose de choro qualquer. É como se a gente entrasse num bar de lástimas. O fato é que hoje acordei como a menina que não acredita em milagres e vive esperando por um..

3 comentários:

Ronalldo disse...

Adorei seu texto..isso me remete a um só pensamento..mesmo com todos sentimentos..sempre existe o verbo "viver"o qual se conjuga no passado e no presente.não posso dizer futuro..se o viver é agora..sempre há um milagre..

Renan disse...

Eu sabia que vc tinha medo de fantasmas...

:)

mjmairink disse...

É isso ai mocinha...é o "Medo dos Medos".De nada adiantou que sua mãe em plena tarde de uma quarta feira atirasse, virada de "costas", seu Fofão no Piranga.Foi uma cena hilariante que chamou a atenção de todos que passavam pela ponte da Barrinha.
E eu que achava que seu medo fosse do Fofão com o punhal dentro ou mesmo do Manequinho...mal sabia que todas as suas bonecas a amedrontavam a noite.
Jamais imaginei que seus fantasmas
fossem tão reais.
Mas, acredite, fantasmas só são realmente prejudiciais quando se materializam em nosso mundo material.Então façamos desse mundo uma só fantasia e os fantasmas vão se desfazer qual bolinhas de sabão.
Fantasmas reais, se aparecerem em sua vida, deixa que eu enfrento.