terça-feira, 4 de março de 2008

Platonismo



Vou fechar os olhos e imaginar você. Não, não vou fazer isso exclusivamente agora. Tem sido a única coisa que tenho feito nos últimos dias. Sem mais nem menos, sem porquês, sem absolutamente nenhuma razão. Dizem que os apaixonados não têm nunca razão, só sentimentos. Talvez seja verdade, mas ainda assim eu acho que eu tenho a maior razão do mundo: você. Eu daria tudo para poder comprar seus sonhos e me colocar neles. Mas sou contra suborno, então lhe dou paz, carinho, conselhos, esperando que com isso eu conquiste o seu amor. E caso eu não conquiste tudo bem, o platonismo do meu sentimento vai me alimentar. E nisso pelo menos vou ter uma certeza, amei alguém que realmente valia a pena. Alguém que eu jamais acharia ruim de roubar meu sono ou de tirar minha sede. Ou de me dar sede de felicidade. Sem explicação você dominou meu mundo e me hipnotizou com um sentimento que eu nunca imaginei que caberia em meu coração. Cheguei a mapear cada linha de expressão do seu rosto. Posso viajar em você por horas e mais horas. Te contemplar pelo resto da minha vida. Mas confesso que se pudesse eu pararia todos os relógios para poder passar mais tempo ao seu lado. E me pergunto sempre, se o big bang é a teoria mais aceita para a origem do universo qual será a mais aceita para a sua origem já que você é meu universo? Eu embaralhei as cores do arco-íris, confundi noite com dia, pudor com libertinagem e já nem sei onde quero chegar com tudo isso. Você me faz perder a noção das coisas. E eu posso ficar sonâmbula em plena luz do sol. E eu já nem sei mais quem sou. E só sei que esta confusão é normal de um amante. E chega, você concretamente me fez ser abstrata. Me perdi no instante em que comecei a escrever. Tanta prática e tão pouca teoria. Tenho medo de acordar de repente e ver que sim, realmente eu me apaixonei pelo meu anjo da guarda...